Ideias apresentadas na Web Summit que vale a pena conhecer
São 4 dias que alteram a vivência da capital portuguesa como poucos eventos o conseguem. Esta edição da Web Summit, a 4ª no nosso país, é, segundo o seu fundador, Paddy Cosgrave, a “melhor de sempre”. Desde a sessão de abertura com Edward Snowden, o Brexit, a proteção de dados ou a revolução tecnológica, com a presença do presidente da Microsoft ou do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, muitos foram os temas falados durante os 4 dias do evento que fez parar o setor tecnológico em Portugal.
Ideias a reter na feira mais tecnológica do mundo
Vamos a números: a 4ª edição da Web Summit, o maior evento de empreendedorismo e tecnologia de Portugal, contou com 70.469 participantes, 2.150 ‘startup’ e 239 parceiros. A feira contou também com a presença de 11.000 CEO’s, 2.000 jornalistas e, para gáudio das startup’s que estiveram presentes, mais de 1.500 investidores, que fizeram questão de se deslocar a Lisboa à procura da sua próxima oportunidade de negócio.
Este enorme movimento à volta da Web Summit traz, pois claro, lucros astronómicos. Neste caso, os responsáveis do evento receberam 110 milhões de euros como contrapartida para que a feira se realizasse em Portugal durante 10 anos. Aliado ao preço dos bilhetes, merchandising e outro tipo de promoção, a Web Summit consegue viver por si mesma e pela força dos voluntários que acorrem aos milhares por uma oportunidade de estarem perto de alguns dos grandes nomes da tecnologia mundial.
Colocamos agora o olhar naquelas que são algumas das principais ideias a reter, depois de terminada a Web Summit.
Mulheres ganham mais espaço na Web Summit
É um dos bons exemplos do evento, e algo que devia ser replicado nas empresas um pouco por todo o mundo. A paridade entre homens e mulheres na grande conferência tecnológica de Lisboa está quase igualitária, segundo dados revelados pela organização. Desta feita, a conferência conta com uma presença feminina de 46,3% do total de participantes, num ano em que se bateram novos recordes de presenças. Este é também um aumento relativamente à mesma edição do ano passado, em que a presença feminina se cifrava por 44,5%. Segundo dados revelados recentemente pelo Público, as mulheres estão cada vez mais representadas em órgãos de decisão em Portugal, passando de 14,3% em 2016 para 24,8% nos números de Abril de 2019. Um estudo recente feito pela Web Summit também referiu que mais de 40% das mulheres que participaram nesta feira acreditam que a proporção entre homens e mulheres na indústria da tecnologia tornou-se mais equilibrada. A Canela tem sido um bom exemplo do chamado “girl power”, sendo que nos três escritórios onde a empresa tem presença física (Lisboa, Madrid e Barcelona), a liderança é totalmente feminina, para além dos cargos intermédios também contarem com mulheres como líder de contas na sua grande maioria.
Há tecnologia que vem de África
Muitas vezes associado a uma menor capacidade financeira ou tecnológica, o continente africano também se encontrou presente nesta edição da Web Summit. Foram mais de 40 startups em ascensão que se fizeram representar em Lisboa, trazendo ideias que podem alterar a forma como África pode crescer nos próximos tempos. Um desses exemplos claros foi a ideia apresentada pelo cantor Akon, intitulada “Akoin”, uma criptomoeda que pretende desenvolver a economia africana. Segundo o cantor de origem senegalesa, este projeto poderia apelar ao crescimento de empresas por parte dos jovens ou à exploração de recursos naturais. É uma iniciativa que pretende fazer crescer o pensamento jovem e o empreendedorismo num continente em que não são garantidas as mesmas condições de vida e de acesso aos recursos como em outros continentes.
Ideias Soltas (ou startups que nos fazem pensar)
Falarmos da Web Summit e sem partilhar exemplos de startups é como ir a Roma e não ver o Papa. Como tal, recolhemos algumas empresas cuja ideia principal poderá ter futuro:
CorkBrick
Misturar Cortiça e Legos? Sim, esta é uma realidade para a CorkBrick, uma startup portuguesa que pretende alterar significativamente a forma como construímos os móveis de nossa casa. Criando módulos de cortiça adaptáveis, as pessoas poderão simular a verdadeira construção de um lego (os módulos encaixam-se uns nos outros) para construir as fundações ou objectos que utilizamos todos os dias, como secretárias ou mesas de cabeceira.
©CorkBrick
ECO2Blocks
Esta startup portuguesa também traz uma dinâmica no campo da sustentabilidade, aliando ambiente e energia. A premissa da ECO2Blocks é desenvolver e produzir materiais de construção a partir de resíduos industriais, água não potável e dióxido de carbono. O objectivo é remover os elementos tóxicos do ambiente, reutilizando-os e transformando-os em materiais úteis para podermos utilizar.
João Castro Gomes e Pedro Humbert são os fundadores da Eco2Blocks ©Jornal O Interior
To the Rescue
É uma aplicação que esperamos nunca ter de utilizar. A empresa letã Chili Labs criou a To The Rescue, um aplicativo que permite coordenar no local a realização de buscas de pessoas desaparecidas, a partir do momento em que desaparecem. Nesta plataforma é possível verificar, através de um mapa em tempo real, onde já passou cada elemento da equipa de buscas e detectar zonas que ainda não foram exploradas ou veificadas. O CEO desta plataforma, Igors Nemenoks, afirmou que já se encontraram 12 pessoas com a ajuda desta tecnologia.
Aplicação pretende ajudar no processo de buscas ©Medium.com
HireChance
Todos bebemos café. É uma das bebidas mais conhecidas dos profissionais e instrumento essencial para as longas horas de trabalho. E se tivesse a oportunidade de ajudar os refugiados ao mesmo tempo que consumia esta bebida? É esta a premissa da HireChance, uma startup que pretende promover a educação e oportunidades laborais para os refugiados, com a ajuda de café. A empresa realiza o comércio direto de café, comprometendo-se a investir 25% das vendas desta bebida para patrocinar o acesso aos refugiados a educação online e, desta forma, potenciar as carreiras profissionais dessas pessoas. O café esse é de origem única, sustentável e eticamente cultivado em regiões de origem de refugiados, como por exemplo da Colômbia.
Plataforma quer dar oportunidades de educação a refugiados através da venda de café ©Facebook HireChance
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