Redes Sociais, sob um olhar atento
A audiência das Redes Sociais não para de crescer, tendo já ultrapassado os 4.600 milhões de utilizadores em todo o mundo. Mesmo após a pandemia, o crescimento anual destas plataformas ultrapassou os 10% e a concorrência, como as plataformas de streaming, também não diminuíram a sua popularidade. No entanto, segundo Peter Parker, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades e, por essa razão, este ano, mais do que nunca, as Redes Sociais encontram-se sob o escrutínio do público e das autoridades.
O metaverso do Facebook, hype ou uma nova fronteira?
Sem dúvida que o Facebook tem sido a Rede Social que mais críticas recebeu nos últimos tempos: não só devido à utilização dos dados dos utilizadores e da sua política de moderação de conteúdo que, por um lado censura uma mãe a amamentar o seu filho, mas por outro permite a partilha de discursos de ódio, como também pelo simples fato de tentar repetir características da concorrência.
Ainda não é claro se o anúncio de Mark Zuckerberg, de evoluir a plataforma para o metaverso, seja um simples avanço ou uma dica de como serão as Redes Sociais no futuro. Neste momento, os primeiros universos virtuais que pudemos ver em eventos como o MWC 2022 não são convincentes, o que leva o Facebook/Meta a perder relevância.
Instagram ou uma vida vivida através de um filtro?
De todas as manobras realizadas pelo fundador do Facebook para manter o trono das Redes Sociais, sem dúvida que a compra do Instagram há dez anos foi a mais bem sucedida. Por 1.000 milhões de dólares, Zuckerberg assumiu a rede social mais popular da atualidade. Hoje tem cerca de 1.500 milhões de utilizadores e é a rede social preferida dos jovens, uma vez que estes passam quase uma hora por dia nela (quase o mesmo que a ver televisão).
No entanto, também houve críticas a esta rede, sobretudo pelo culto à imagem que promove (convenientemente filtrada e idealizada) e pelo impacto que tem nos mais novos. Segundo um estudo britânico, o Instagram é a rede social que mais afeta a saúde mental dos adolescentes devido à sua capacidade de promover ansiedade e problemas de autoestima.
Twitter, liberdade de expressão ou manipulação?
O interesse de Elon Musk em assumir o Twitter demonstra o apelo que as Redes Sociais têm para os mais poderosos, mesmo que estas não sejam rentáveis. O fundador da Tesla prometeu mudanças no Twitter para “proteger a liberdade de expressão”, embora isso inclua a reabertura da polémica conta de Donald Trump e das suas famosas fake news.
Será que o Twitter se vai sair melhor com um novo proprietário como o Elon Musk, em vez de permanecer uma empresa pública sujeita à pressão dos investidores? Por enquanto, a operação deparou-se com o problema dos perfis falsos que não atinge apenas o Twitter. Quantos milhões de utilizadores de Redes Sociais são bots.
Tiktok, a concorrência social que vem da China
Desde o seu lançamento em 2016 que o TikTok tem vindo a mostrar que podemos fazer as coisas de forma diferente nas Redes Sociais de modo a ganhar a atenção dos utilizadores. Com os micro-vídeos, desafios virais, forte orientação para adolescentes e crescente compromisso com o comércio social, o TikTok teve um crescimento recorde atingindo 750 milhões de utilizadores.
Contudo, o TikTok é a única rede social que não se encontra nas mãos dos gigantes da tecnologia americana, mas sim de uma empresa chinesa. E, ao apresentar-se de forma diferente perante as restantes Redes Sociais, em 2020 houve uma tentativa de proibir a sua utilização nos Estados Unidos. No entanto, o principal mercado desta plataforma, além da China, são os outros países emergentes como a Índia, pelo que a sua influência global continuará a crescer apesar dos impedimentos.
Qual deverá ser o papel das marcas nas Redes Sociais?
Privacidade dos utilizadores, proteção dos mais novos, fake news, conteúdos nocivos, pressão política… As Redes Sociais estão sobre o escrutínio do público e dos legisladores. Parece inevitável (e recomendável) que sejam submetidas a uma regulamentação mais rígida, fruto do enorme poder que têm no mundo digital.
Contudo, isso não significa que as marcas não devam estar presentes nas Redes Sociais. Apesar das suas falhas, estas são a melhor plataforma para atingir os consumidores digitais. Seja diretamente ou através de influenciadores, um figura cada vez mais profissionalizada e adaptada às necessidades de comunicação das marcas.
É claro que a presença das empresas nestas plataformas sociais deve ser regida por uma estratégia clara e pelo cumprimento das normas vigentes, tanto no que diz respeito à matéria da proteção de dados como do respeito pela pluralidade e diversidade dos seus públicos.
Em suma, as Redes Sociais são ferramentas de comunicação e podem ter efeitos benéficos ou prejudiciais dependendo da forma como todos as utilizamos.
Qual é a sua Rede Social preferida? Partilhe e comente connosco qual é!