Em tempos de SPACs e IPO’s, a comunicação é a rainha
Há muito talento fora dos principais mercados, como os Estados Unidos e a China. Todos os dias, empresas de outros países estão a provar que podem competir com os gigantes em diferentes setores, oferecendo soluções e produtos que são referência para os consumidores. Para continuarem a crescer e a aumentar a sua presença no mercado global, estas empresas, criadas fora dos centros económicos habituais, estão à procura de novas formas de financiamento para fortalecer as suas estruturas e ter um maior músculo económico.
Por esta razão, estamos a assistir a alguns movimentos financeiros interessantes nos últimos meses. Por exemplo, a VTEX, plataforma de comércio eletrónico baseada em SaaS para grandes empresas e retalhistas, estreou-se recentemente na Bolsa de Nova Iorque com a venda de 19 milhões de ações de Classe A. Entretanto, a Wallbox, empresa líder no fornecimento de soluções de carregamento de veículos elétricos com sede em Barcelona, anunciou com a Kensington Capital uma SPAC (empresa de aquisição com fins especiais) uma ferramenta financeira capaz de angariar dinheiro de grandes investidores institucionais, que permitirá à empresa torna-se numa empresa cotada na Bolsa de valores de Nova Iorque. E, nos próximos meses, não seria surpreendente ver outros casos como os dos nossos clientes VTEX e Wallbox: outras empresas sul-americanas ou europeias podem estar à procura de financiamento diretamente nos Estados Unidos.
Como devemos comunicar este tipo de operações?
Estas operações representam uma grande oportunidade para as empresas aumentarem a sua reputação, divulgarem os seus valores e serviços/produtos e mostrarem a sua liderança na imprensa. E representam um desafio para os departamentos e agências de comunicação responsáveis pela divulgação desta nova etapa. Por este motivo, na Canela, identificámos uma série de recomendações para o sucesso na comunicação de uma operação financeira:
1. Compreender o que estamos a comunicar
Falar de uma SPAC não é o mesmo do que falar de uma OPI tradicional. Todos os envolvidos na comunicação destas transações precisam de compreender o que é cada transação, a fim de planear a forma de se envolverem com os jornalistas. Além disso, cada veículo de investimento tem os seus próprios regulamentos e depende de diferentes organismos para o fazer. Precisamos de compreender quais os aspetos que não podem ser comunicados de modo a não criar conflitos de interesses.
2. Saber bem a quem estamos a reportar
Os meios financeiros são altamente especializados e têm jornalistas de diferentes secções que podem cobrir a informação de diferentes ângulos. Queremos concentrar-nos no estado da operação? A secção dos mercados é a nossa aliada. Queremos falar sobre a evolução da empresa? A secção de empresas é normalmente a correta. A transação altera o status quo num determinado sector? Procuremos o jornalista mais especializada na área possível.
3. Pensar bem nos timings
Aqui impõe-se a eterna pergunta. Oferecemos as informações sob embargo? Nestes casos, é uma boa ideia oferecer a informação com antecedência, desde que não seja publicada até uma determinada data (lembre-se do controlo de órgãos reguladores) para que seja relevante desde o primeiro minuto. Além disso, oferecer dados exclusivos pode fazer a diferença se quisermos que tenha cobertura em determinados meios.
4. Explorar o assunto
Um SPAC ou um IPO podem marcar o futuro mediático de uma empresa: jornalistas que nunca se interessaram pelo estado de uma determinada empresa descobrem o seu talento e força. Portanto, devemos pensar em novas abordagens, histórias e histórias que sirvam como ganchos informativos para manter o interesse do jornalista e de seus leitores, ouvintes ou telespectadores no mais alto nível. Assim como uma operação desse tipo funciona para procurar novos investidores, no caso da comunicação pode servir para criar uma nova comunidade de jornalistas interessados no futuro da empresa.
Operações desse tipo requerem um trabalho meticuloso e ambicioso por parte da equipa de comunicação das empresas envolvidas, pois são oportunidades únicas de demonstrar a força, o potencial e a liderança de uma empresa. Em suma, investigar e ter em conta todos os riscos, fidelizar os jornalistas com informações que realmente interessem ao seu público, planear cada contacto e ser o mais criativo possível em conteúdos e formatos serão as chaves para obter os resultados desejados.