Como criar “helpful content” que agrade ao Google?
As últimas atualizações do algoritmo de pesquisa do Google estão focadas em favorecer conteúdo útil, de qualidade e verificado (Helpful Content) para os utilizadores. Embora estas alterações afetem o SEO de todas as páginas web, também abrem oportunidades especialmente interessantes para os conteúdos de comunicação e relações públicas (RP). Neste #CanelaInsights contamos-te as novidades do algoritmo do Google e o que deves ter em conta nos teus conteúdos dirigidos aos meios.
Google declara guerra ao conteúdo de baixa qualidade
Desde há algum tempo, a Google está a aperfeiçoar o seu algoritmo para eliminar das primeiras posições os conteúdos criados especificamente para sair nos melhores postos dos resultados de pesquisa, apesar de não acrescentarem valor ao utilizador. Na sua última atualização, o motor de busca líder dá uma nova reviravolta com três novidades:
1. EAT
São as siglas em inglês de Experiência, Autoridade e Confiança, os três critérios que o Google já tem vindo a utilizar para determinar que sites merecem aparecer nas primeiras posições dos resultados de pesquisa. Agora, o peso destes fatores aumentam e as páginas destacadas deverão demonstrar a sua qualidade com elementos de navegação segura, opiniões de utilizadores, artigos assinados por especialistas, etc.
2. YMYL
Nesta categoria, que são as siglas em inglês de “Your money or your life”, o Google agrupa as páginas de conteúdo especialmente delicado porque afeta a saúde, o bem-estar, as finanças, a política… Daqui para a frente, o Google será muito mais exigente com estes sites e para os posicionar vai exigir, além de níveis elevados de EAT, garantir que o objetivo do site é oferecer conteúdo útil ao utilizador.
3. Google News Showcase
Trata-se de uma nova ferramenta de pesquisa de notícias criada pela Google em colaboração com editores de meios, na sequência do encerramento do Google News. O objetivo é impulsionar a informação de qualidade face às fake news, ao plágio e ao clickbait, mostrando conteúdos selecionados pelos editores.
Como sempre, estas alterações são uma dor de cabeça para os responsáveis de SEO das empresas e meios de comunicação. Mas como afetam o conteúdo desenvolvido numa agência de comunicação e como podes beneficiar delas?
Como te posicionares com conteúdo de qualidade e útil
Agora que a maior parte do consumo de meios é digital, as alterações nos algoritmos do Google afetam-nos a todos. Em baixo encontrarás dicas para garantir que ofereces conteúdo de qualidade e útil que vá ao encontro dos novos parâmetros do Google:
- A qualidade, mais do que a quantidade: o objetivo já não deve ser conseguir muitas publicações do comunicado de imprensa, mas sim que saia em menos meios mas com um tratamento adequado (nada de copiar e colar o comunicado). De igual modo, o linkbuilding pago e o conteúdo patrocinado perderão peso.
- Associa-te a meios de prestígio: além do envio de comunicados de imprensa, procura oportunidades editoriais (entrevistas, artigos, reportagens, etc.) em meios de prestígio e oferece-lhes conteúdo de qualidade e exclusivo com um pitch à medida. Desta forma, ambos saem a ganhar ao reforçar a vossa autoridade aos olhos do Google.
- Esquece o clickbaiting e o newsjacking demasiado sensacionalista: estas práticas para conseguir impactos a curto prazo cada vez serão menos relevantes, porque o Google penalizará o conteúdo criado como anzol ou de maneira oportunista para conseguir clicks. Da mesma forma, deves distanciar-te das notícias falsas, por muito chamativas que sejam.
- Rodeia-te de autoridades e especialistas: sobretudo se tratas assuntos relacionados com a saúde, o bem-estar, as finanças, etc., inclui nos teus conteúdos fontes credíveis e especialistas com reputação que acreditam na fiabilidade da informação. Pensa na rádio, onde para cada tema se convida alguém que o conheça bem.
- Nunca uses conteúdo duplicado nem reciclado: esta prática já era desaconselhada e, com as novas alterações no algoritmo, é o caminho mais rápido para que o Google considere que o teu site é de baixa qualidade ou diretamente malicioso.
- Extensão não é sinónimo de qualidade: esquece os posts, whitepapers ou ebooks prolongados artificialmente para preencher páginas, mesmo que não acrescentem nada. O conteúdo breve e rigoroso agrada mais ao Google e chega melhor aos utilizadores.
- Presta atenção à autoria e às opiniões opostas: por exemplo, se tens um blog corporativo, o Google vai valorizar os artigos assinados por autores especializados no tema, e não por autores anónimos. Da mesma forma, vai vigiar a autenticidade das opiniões e se correspondem a utilizadores que experimentaram o produto ou serviço.
Terminamos com um último conselho baseado na nossa experiência: deves desenhar e escrever os teus conteúdos pensando no SEO, mas sem te obcecares com isso. No fim, o conteúdo de qualidade, útil e relevante funciona melhor que os textos criados só para agradar ao Google. Gera mais engagement dos utilizadores e faz com que estes comentem e partilhem de maneira espontânea. Isso é o que realmente transforma o conteúdo em “Helpful Content” para o Google.
E agora a pergunta do milhão: Este conteúdo parece-te helpful? Partilha e comenta nas redes!

Arantxa Aguilera é Directora de B2B, Corporate & Digital em Canela.
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